Memorial Vale da Saudade

Para o ”Dia Das Mães”

O dia das mães é um momento muito especial e aguardado pelas mães e seus filhos. Embora todos os dias deva ser dia das mães, é no segundo domingo de maio que lembramos com mais objetividade em “transformar” esse amor em presentes. Mas também é um dia que pode trazer muita dor e sofrimento para aqueles que já perderam suas mães. Vamos falar um pouco desse sentimento a partir de dois poemas.

Um projeto do Memorial Vale da Saudade, apresentado por Erasmo Ruiz

Introdução

Chegamos a semana do dia das mães, tempo este que é muito aguardado pelas crianças que nas escolas aprendem a fazer pequenas lembranças pra trazerem pras suas mães. Eu me lembro por exemplo o quanto a minha filha com três anos de idade ficou muito feliz ao trazer pra casa, uma camiseta branca com a mãozinha dela estampada, dizendo embaixo eu te amo mamãe. É um momento também que as mães se sentem extremamente felizes e reconfortadas por poderem desfrutar da companhia dos seus filhos.

No meu ponto de vista a data está muito comercializada. É o momento em que a atividade econômica se aproveita ao máximo pra tentar nos convencer, que temos que demonstrar nosso amor e todo o valor possível, que esse amor tem, a partir da compra de presentes. Nada da contra que as mães possam ser homenageadas. Entretanto, eu me pergunto, que presente poderia agregar o amor que nós sentimos pela nossa mãe e simbolizar o amor que ela sente por nós? Eu posso afirmar com segurança que nem todo o ouro do mundo será capaz de transformar em valor econômico esse sentimento.

Eternidade

Mas eu queria lembrar também que esse momento costuma ser muito triste para aqueles que infelizmente já perderam suas mães. E também muito triste para as mães, que perderam seus filhos. Eu queria homenagear em especial, as pessoas enlutadas nesse dia, trazendo dois poemas, o primeiro de Carlos Drummond de Andrade, e o segundo, um atrevimento poético da minha parte. Primeiro poema então de Carlos Drummond:

Para Sempre

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
– mistério profundo –
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Lembranças

A semana do dia das mães, me traz sempre muitas lembranças impactantes. É tempo por exemplo de lembrar da minha mãe, Dona Atonieta, minha mãe querida que quando partiu, levou parte de mim junto. Eu a ouço até hoje cantando canções de Ângela Maria, imitando seus falsetes e alegrando um dia que seria cheio de labuta. Me lembro também todas as manhãs quando sinto cheiro de cafés endo coado, a lembrança dela me acordando para ir ao trabalho e me avisar, que o café já estava pronto.

É tempo também de lembrar de Tia Conceição, de sua doçura, e todo o seu zelo temperado, com suas bolachinhas de pimenta. Eu era a criança mais feliz do mundo, por sentir que eu era muito especial porque eu tinha duas mães. Assim, vou deixar aqui um poema pra vocês que eu fiz em homenagem à minha mãe:

Para Dona Atonieta

Mãos, aravam meus cabelos
Conforto da voz que a acalenta
doçura de sorriso farto,
fala cortante que educa.
Tantas lembranças de minha mãe,
povoam meus sonhos.
Sempre acordava cedo com o aroma do seu café.
Queria estalar os dedos e ter de volta seu abraço
ou ouvi-la queixosa da minha eterna Bagunça.
Nessa confusão do existir,
ela foi levada pelo absurdo,
morte de mãe é sempre um crime
sem solução alguma,
tomara que exista um outro lado dessa vida.
Enquanto isso vou te levando,
feito uma tatuagem na minha alma.

Plano funerário Memorial Vale da Saudade
Para o ''Dia Das Mães'' 1

Celebração

Espero que essa semana sirva para que agente possa efetivamente curtir ao máximo nossas mães. Sabe por quê?Porque esse momento, ele não durará pra sempre, não quero cultivar a tristeza de ninguém afirmando uma verdade, que todos nós sabemos há muito tempo. É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, já nos lembrava o poeta Renato o Russo.

O dia das mães é um momento muito importante, para transformar essa frase que parece ter virado um chichê, em uma verdade que possa fazer parte sempre das nossas vidas. Em especial, o nosso vínculo com nossas mães. Há aqueles que já perderam suas mães, como eu, deixo um abraço muito afetuoso. Tentem hoje celebrar, não lágrimas porque na verdade mãe nunca morre, porque, nós as temos guardado em nossos corações. É o momento de celebrar portanto boas lembranças.

Objetivando o acesso a todos que não podem escutar nosso podcast, extraímos o texto para melhor aproveitamento daqueles que preferem a leitura. Caso se interesse por escutar o podcast ThanatosCast, você encontrará nas plataformas Spotfy e Google Podcasts

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