Memorial Vale da Saudade

No luto até as idas ao supermercados são gatilhos

Quando se passa por uma grande perda a rotina se modifica. Ir ao supermercado pode representar uma série de gatilhos e gotas da realidade dessa perda. O conhecido que te perguntará se está bem (no momento que claramente não está), o setor em que você entrava apenas para pegar aqueles itens preferidos de sua pessoa, o passar as compras no caixa enquanto o outro reorganiza o carrinho… Ir ao supermercado já não é mais uma simples atualização de seus suprimentos. Nesse episódio vamos falar um pouco mais em como cada detalhe do dia pode ser tão potente em um processo de luto e está tudo bem você identificar e lidar com esses gatilhos.

Aperte o play e venha participar.

Um projeto do Memorial Vale da Saudade, apresentado por Isadora Mattos

Introdução

No luto, até mesmo aquele dia, aquela vivência mais simples pode se tornar um gatilho. A perda vem e deorganiza toda a existência, toda uma rotina, modifica até mesmo aquelas atividades diárias mais simples e banais que você fazia. E diante disso até ir ao supermercado, ao sacolão do bairro, se torna um grande desafio não é mesmo. Ir ao supermercado pode representar uma série de gatilhos e gotas de realidade dessa perda. Lá você encontra pessoas que podem ser conhecidas e saberem da sua perda, que vão te perguntar se você está bem, mesmo que claramente no momento você não está.

Passar pelos setores em que você antes entrava apenas pra pegar aqueles itens que eram os preferidos da sua pessoa, passar as compras no caixa enquanto o outro reorganiza o carrinho. Ir ao supermercado realmente, já não é mais o mesmo que antes. Não é mais um simples atualizar de suprimentos pra sua casa.

Memórias e gatilhos

E falando dos gatilhos especificamente hoje, eu quero te explicar um pouco do porquê tantos acontecimentos ao longo do processo do luto, podem fazer você retomar essas memórias que por mais que sejam boas, que tenham momentos bons, ainda assim te trazem desconforto.

Toda memória é permeada de afetos. Pra uma memória se fixar e acontecer, ela precisa que haja algum envolvimento afetivo. E quando digo afetivo, eu não falo apenas daquelas emoções boas e agradáveis, mas também aquelas desagradáveis. como trauma de um luto. E ao longo da vida nós vamos construindo essas memórias na relação com o que há de mais simples, de mais cotidiano em nossa vida que nem sempre é perceptível. O cheiro do café, o horário do almoço, os dias fixos de ir ao supermercado, como a quinta verde por exemplo, tudo isso passa a ter um lugar especial e diferente que a cada novo momento que te faça ter um leve lembrar faz você se envolver num redemoinho de memórias, que vão desencadear reações físicas, emocionais, sobre a sua perda, sobre uma memória de um momento que aconteceu e que de agora em diante não poderá acontecer mais.

Gatilhos são oportunidades

Além disso, os gatilhos têm um papel muito importante no processo do luto pois são oportunidades pra você redirecionar o seu comportamento a partir dessa realidade da perda. Então a cada gatilho uma nova conexão cerebral pode serfeita, a partir da sua ação em relação a ele. Por exemplo, antes a ida o supermercado era acompanhado com essa pessoa, então seu cérebro ele já entende isso. Mas agora a cada novo momento você ir sem essa pessoa, o seu cérebro vai estar redirecionando um novo caminho de conexão cerebral; E que você estará a partir de então se adaptando, ensinando o seu corpo a se adaptar a essa perda.

Curioso como o nosso organismo funciona, não é? Nós costumamos essas luto a perda apenas com reações emocionais, mas a realidade é que ele modifica toda uma existência e um organismo. O seu corpo sente essa falta, por isso que as tentativas no processo de luto são essenciais pra te ajudar a se reorganizar. E essas tentativas precisam acontecer a passos de bebê, pequenos passos na possibilidade que você tiver. Ir ao mercado da esquina, comprar um item ao invés de fazer uma compra toda, ficar menos tempo ao invés de passar uma hora numa compra do mês, a cada novo momento, a cada nova oportunidade de você emitir um novo comportamento diante dessa ausência, um novo aprendizado o seu organismo estará realizando.

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Entendendo o gatilho

Então da próxima vez em que um gatilho lhe vier, que qualquer acontecimento te sinalize como um gatilho, tente entender o que ele está te mostrando. Qual é a emoção que você está sentindo? Qual é a falta que você está tendo dentro da falta dessa pessoa? E Como você pode agir no meio nesse momento? Pra que aos poucos a adaptação aconteça.

Como ter ajuda?

Sabemos que passar pelo luto é muito desafiador, O Memorial Vale da Saudade pensando em como ajudar na coletividade conta com programas de apoio ao enlutado mensalmente, portanto, se você ou um ente querido está vivenciando essa dor pela perda de alguém que você muito ama saiba mais sobre nossos programas clicando aqui.

Objetivando o acesso a todos que não podem escutar nosso podcast, extraímos o texto para melhor aproveitamento daqueles que preferem a leitura. Caso se interesse por escutar o podcast Vale Lutar, você encontrará nas plataformas Spotfy, Google Podcasts, Deezer e Amazon Music

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