Memorial Vale da Saudade

Desmistificando algumas crenças sobre luto

Dia 01 de abril, considerado o Dia da Mentira, essa data remonta a França no século XVI e que traz inúmeras teorias de como teria surgido. Popularmente é um dia em que as pessoas se autorizam a pregar peças umas nas outras, no entanto, no episódio de hoje, a Psicóloga Isadora Mattos aproveitou para desmistificar alguns mitos sobre luto que tanto ouvimos em sociedade. Para iniciar, temos o grande mito de que o luto é vivido em fases e que, portanto, em algum momento, você chegará em uma aceitação plena sobre sua perda, não estando mais sujeito a sofrer ou passar pela dor do luto, porém, o luto é um processo oscilatório e que não se encaixa em padrões; cada qual tem sua própria vivência. Outro ponto importante discutido nesse episódio é a crença de que após sofrer eficazmente e de forma intensa pelo seu luto, você não mais sentirá por ela. Essa informação vai contra o processo natural do luto, que existe em ondas, trazendo diversas reações emocionais, físicas e também espirituais e sociais ao longo da vida.

Aperta o play e vem ouvir outros mitos sobre luto e compartilha esse episódio para a força tarefa de desmistificar crenças que não contribuem para a vivência de um luto sem censura.

Introdução

Hoje, primeiro de abril, dia da mentira, uma data que comumente costumamos utilizar pra pregar peças em pessoas ao nosso redor, não é mesmo? No entanto eu quero tirar sua manhã pra desmistificar algumas crenças em relação ao luto que eu tenho certeza que você já deve ter ouvido ou talvez até mesmo ainda acredite nelas.

Mito das 5 fases

Vamos começar pela crença mais clássica o mito mais clássico, de que o luto é uma vivência em cinco fases. E eu quero dizer pra você hoje que essa afirmação é uma grande mentira, afinal o luto ele é vivido dentro de um processo oscilatório, que não é linear, que não tem uma linha de chegada que você deva atingir. Além disso eu vou te contar da onde surgiu essa ideia que erroneamente foi difundida de que o luto é vivido em cinco fases.

A psiquiatra Suíça Elisabeth Kubler Ross escreveu um livro muito importante, chamado Sobre a Morte e o Morrer” , onde ela entrevistou mais de duzentas pessoas em processo final de vida em terminalidade. E nesse livro é que ela falou sobre momentos emocionais que essas pessoas viviam ao longo desse processo de fim de vida. Como a negação a raiva, a aceitação e posteriormente, esse livro foi difundido então a ideia de que essas seriam fases do luto, porém não é o que Elisabeth Kubler Ross se propôs a estudar. Portanto da próxima vez que você ouvi dizer que o luto tem cinco fases, saiba que essa informação ela não é mais aceita dentro de uma explicação do luto enquanto processo.

Mito do fim

E a partir de ponto então podemos trazer um um outro grande mito que é de que o luto ele tem um fim. O luto, enquanto o processo ele irá acontecer ao longo da vida, à medida que você ressignificando a relação com quem foi perdido, à medida que você for vivendo novos momentos sem essa pessoa, à medida em que você passar novas datas, e as memórias as saudades, lembrar de coisas engraçadas relacionada a essa história, portanto tanto o luto, ele não tem um fim, e aqui é importante entender o luto não só como um momento de pesar como um momento de tristeza, mas como esse processo que constantemente estará acontecendo cheio de reações emocionais, comportamentais, espirituais, sociais. Então o luto gera essa grande mudança e adaptação reorganização que vai ser necessário acontecer aos poucos ao longo da vida.

Mito do sofrimento

Uma outra grande mentira que a sociedade acaba pegando como uma verdade sobre a vivência do luto, é de que a partir do momento em que você sofre, de uma forma toda eficaz, efusiva, esse luto, você não precisará mais viver isso futuramente. E nós sabemos que cada pessoa tem uma forma de se expressar, de viver, de sentir essa perda, mesmo em um ambiente em que várias pessoas perderam uma única pessoa, ainda assim serão perdas diferentes. Afinal cada um tem uma ligação uma conexão, uma história de vida com essa pessoa que foi perdida. Então não tem como dizer que existe uma única forma de se viver e expressar esse luto. Algumas pessoas choram mais, têm essa parte emocional mais visível e outras, são mais contidas nessa parte, mas isso não significa que essa pessoa não esteja sentindo as dores do luto, da perda, da saudade.

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Luto, um processo pra vida

Quero deixar aqui também pra você, o fato de que não precisa se encaixar em um padrão pra viver o seu luto. Ao passo que você também não precisa e não deve deixar de viver esse luto pra que as outras pessoas fiquem confortáveis na sua presença. Afinal de contas, é muito comum ouvir de pessoas enlutadas que com o tempo elas sentem que estão incomodando as pessoas ao seu redor com a sua perda. As pessoas param de falar, de perguntar e assim, você que vive um luto acaba se retraindo na sua expressão, nas histórias que você gostaria de compartilhar. Então saiba que não existe um tempo que você deve fazer isso e depois não fazer mais. O processo do luto enquanto esse processo pra vida, ele precisa te autorizar a compartilhar essa história sempre que você sentir essa necessidade.

Um forte abraço, te espero no próximo episódio e vamos juntos compartilhar pra que cada vez mais informações errôneas sobre a vivência do luto sejam derrubadas e deixem de te impedir de viver o seu luto sem censura. Um forte abraço até mais.

Objetivando o acesso a todos que não podem escutar nosso podcast, extraímos o texto para melhor aproveitamento daqueles que preferem a leitura. Caso se interesse por escutar o podcast Vale Lutar, você encontrará nas plataformas Spotfy, Google Podcasts, Deezer e Amazon Music

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Qual outra crença ou afirmação você já ouviu sobre o luto ?

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