Sumário
Introdução
Ao falar em luto é comum associarmos à perda por morte. No entanto, esse é um processo que ocorre em muitos outros momentos ao longo da vida. Diante de um diagnóstico de uma doença ameaçadora da vida, por exemplo, é possível que já seja vivenciado um luto pelas múltiplas perdas que ocorrem nesse processo; dentre esses, a vivência do luto antecipatório.
O histórico do luto antecipatório
O termo “luto antecipatório” foi cunhado por Lindemann em 1944, quando este observava as reações de mulheres, esposas de soldados que se despediam para a guerra. Essas mulheres passavam a ter reações semelhantes a quem havia perdido um ente querido, tais como, ansiedade, dificuldades com sono, apetite, desregulação emocional e, inclusive, reorganização da vida sem esse marido. Afinal, eles estavam indo para uma guerra, com grande chance de não retornarem.
No contexto de doenças ameaçadoras de vida, o conceito de luto antecipatório foi abordado em 1986 por Rando (Rando citado por Hovland, 2018), que o descreve como um conjunto de reações emocionais e também físicos, tais como tristeza, culpa, solidão, que irá acompanhar o cuidador/ familiar ao longo desse processo de adoecimento. Além disso, a esperança também persiste ao longo desse processo, oscilando com os momentos de emoções mais desagradáveis acerca da irreversibilidade da doença.
O processo de adoecimento
Além dos familiares e cuidadores, o paciente também vivencia seu próprio luto antecipatório. É um momento em que a linha entre vida e morte é muito tênue e ameaça toda sua prospecção de futuro. Portanto, é importante se atentar aos pensamentos e emoções dessa pessoa e possibilitar espaço de expressão e diálogo sobre o assunto.
Algumas perdas e mudanças que podem ocorrer ao longo do processo de adoecimento envolvem:
- Alterações de papeis sociais desempenhados;
- Mudanças em aspectos da personalidade do paciente (devido a tratamento e medicação, por exemplo);
- Mudanças no aspecto financeiro;
- Intimidade sexual;
- Autonomia;
- Perda de senso de controle sobre os aspectos da vida e de planos futuros.
Na vivência do luto antecipatório é importante salientar que ele não é uma vivência adiantada de um luto que está por vir, mas, se constitui de um momento singular também dentro desse processo. Além disso, cada pessoa envolvida irá viver um luto diferente, que terá influência em vários aspectos, como o da relação cultivada com a pessoa paciente.
Como ter ajuda?
O Memorial Vale da Saudade se preocupa com a saúde mental das pessoas, percebendo que o sofrimento emocional impacta bastante na qualidade de vida, buscamos criar a proporcionar um grupo de apoio gratuito para a coletividade. Os encontros acontecem de forma online e tem sido uma ajuda na vida de muitas pessoas que passaram pelo sofrimento emocional causado pelo luto. Saiba mais em nosso site ou através de nossas redes sociais.
Resumo
Ao falar em luto é comum associarmos à perda por morte. Além dos familiares e cuidadores, o paciente também vivencia seu próprio luto antecipatório. Na vivência do luto antecipatório é importante salientar que ele não é uma vivência adiantada de um luto que está por vir, mas, se constitui de um momento singular também dentro desse processo. Além disso, cada pessoa envolvida irá viver um luto diferente, que terá influência em vários aspectos, como o da relação cultivada com a pessoa paciente.
