Memorial Vale da Saudade

Posso levar uma criança ao velório?

Participar dos rituais de despedida de alguém amado pode ser muito doloroso. E como a criança fica nessa história? Ela pode ou deve ir ao velório? O que fazer nessa situação? Vem ouvir!

Um projeto do Memorial Vale da Saudade, apresentado por Priscila Gauna

Texto do episódio

Continuando nossas conversas sobre as crianças e como elas encaram a morte e o luto, quero trazer para vocês algumas reflexões sobre a presença ou não da criança nos rituais funerários.

Os rituais de despedidas costumam ser, para os adultos, momentos repletos de emoção, de choro e tristeza. Como decidir então se devo ou não levar uma criança ao velório e ao sepultamento? Para tomar essa decisão é importante considerar algumas coisas.

A primeira delas é: o que a criança sabe sobre o que aconteceu? É muito importante que essa criança seja preparada. Alguém precisa ter dado a notícia da morte para ela, explicado o que aconteceu – dentro da compreensão da criança acerca do tema, e explicado o que é esperado acontecer e o que vai acontecer neste evento.

A partir do momento em que a criança tem todas as informações que precisa, a parte mais importante é: ela quer ir? Se ela concordou, considere então levá-la.

Mas antes disso, outra coisa muito importante é: no local onde acontecerá o velório e enterro terá alguém que esteja em condições emocionais de estar com essa criança? Ela possivelmente terá dúvidas, medos, curiosidades, pode se emocionar, e o ideal é que essa pessoa consiga estar com ela, fisicamente e emocionalmente.

Estando lá, é importante que essa criança seja observada. Se perceber sinais de desconforto, ansiedade ou medo, ofereça a possibilidade de uma pausa. Leve-a para um outro lugar mais tranquilo e certifique-se de que ela queira voltar. Pode ser que ela prefira ir embora, e isso deve ser respeitado.

Lembre-se: a criança aprende sobre morte e morrer a partir do que vê, ouve e sente. É importante falar com ela de forma muito aberta, dentro do limite de entendimento de cada idade. E se possível, deve ser dado a ela a oportunidade de se despedir de uma pessoa querida que morreu, caso queira.

Claro que no fim, a decisão será do adulto responsável pela criança, da percepção que essa pessoa tem sobre a possibilidade dela ou outra pessoa cuidar da criança no velório mas também a percepção daquilo que faz sentido para o cuidador e a criança.

Tudo isso pensado, não há motivos que impeçam uma criança de estar presente em um ritual funerário.

Como ter ajuda?

Se você está percebendo que precisa de ajuda, se está muito difícil, mais uma vez te digo, busque ajuda, O Memorial Vale da Saudade pensando em como ajudar na coletividade conta com programas de apoio ao enlutado mensalmente, portanto, se você ou um ente querido está vivenciando essa dor pela perda de alguém que você muito ama saiba mais sobre nossos programas clicando aqui.

Objetivando o acesso a todos que não podem escutar nosso podcast, extraímos o texto para melhor aproveitamento daqueles que preferem a leitura. Caso se interesse por escutar o podcast Vale Lutar, você encontrará em diversas plataformas de áudio.

Conheça o Memorial Vale da Saudade e tenha toda a tranquilidade que você precisa!

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Você acredita que comparecer aos rituais de despedida pode ajudar a criança a lidar melhor com os acontecimentos?

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