Já ouviu a frase: “E se der medo, vai com medo mesmo”? O que você pensa a respeito dessa frase? Hoje trago algumas considerações sobre os medos que podem permear o medo de recomeçar, além da tão falada hoje em dia, a “zona de conforto”. Vem ouvir!
Sumário
Texto do episódio
No texto anterior da série A Importância de Recomeçar, trouxe o caso de Regina King e Sheryl
Sandberg que recomeçaram após perder pessoas muito amadas, trouxe também algumas
reflexões sobre recomeço e auto conhecimento. Hoje vamos conversar sobre o medo que essa
vida nova pode trazer.
Vamos falar sobre recomeços a partir da vivência do luto e os medos que podemos enfrentar –
e aqui falamos sobre luto real, quando alguém que amamos morre, quanto luto simbólico,
quando falamos sobre outras perdas, como mudanças importantes na vida, perda de um
emprego, fim de um relacionamento… existem muitas possibilidades de um luto simbólico.
Mas… esse é um assunto para outra conversa.
De volta aos recomeços, então. Precisamos compreender primeiro que o medo em si, é natural.
É um mecanismo de defesa que chamamos de primário, e que foi um dos responsáveis por
fazer com que nossa espécie chegasse até onde estamos hoje. O medo nos diz que não se
pode brincar com um leão, por exemplo. Ele nos salvou e salva de situações onde estaríamos
em risco.
Da mesma forma, podemos entender que o medo de recomeçar é natural. O trabalho de luto é
um trabalho cansativo, exaustivo, inclusive fisicamente. E quando falamos em recomeçar,
falamos de… trabalho. Falamos de trabalhar coisas subjetivas, que estão dentro de nós, mas
isso também pode implicar em trabalhar coisas do lado de fora da gente. E sim, tudo isso dá
trabalho.
E aí pode entrar o medo. Medo daquilo que se desconhece. Pode pensar coisas como: Como é
esse mundo fora dessa vivência que tenho hoje? O que eu vou ter que enfrentar lá fora? Terei
que enfrentar aos outros ou terei que enfrentar a mim mesmo?
Existe o medo de sair da zona de conforto. E acredite, muitas vezes nossa zona de conforto
não é confortável. Só é conhecida.
Então para evitar essa vida nova que pode se abrir, para evitar os sentimentos que pode sentir
pelo simples fato de eles serem completos desconhecidos pra você, você não vai.
Ainda que do lado de cá o que você pode estar vivendo seja a dor, a saudade, a tristeza, a
desolação… você aprendeu a lidar com isso.
Você pode ter medo de falhar. De pisar no desconhecido e encontrar somente sofrimento.
Você pode ter medo de esquecer. De começar uma vida nova e esquecer o rosto, a voz, o
sorriso. Você pode ter medo de que vivendo essa vida nova, você esteja desonrando essa
pessoa. Você pode ter medo por acreditar que não deveria poder sorrir de novo.
Mas… E se esse recomeço for bom? E se você conseguir perceber que não precisa esquecer a
pessoa que ama, não precisa esquecer sua história? Você consegue entender que tudo bem
estar com medo?
E se você conseguir olhar pra si mesmo com compaixão e entender que pode te fazer bem se
dar a chance deste reinício? Se permita pensar por alguns instantes… se você se desse a
chance do recomeço agora, qual a primeira coisa que gostaria de trabalhar em si mesmo? E
qual seria o primeiro passo para fazer isso acontecer?
Pode ser importante para você definir metas que sejam claras. Você pode decidir que quer
voltar a estudar violão. Ou quer iniciar um curso de culinária. Quem sabe você sinta a
necessidade de se voluntariar em alguma causa que era importante para aquela pessoa. Ou
então, que deseja retornar ao mercado de trabalho, ou então que quer viajar, desenhar,
escrever poemas, escrever um livro, quer sair mais de casa, quer conseguir caminhar 1 hora ao
dia, quer acordar mais cedo, quer encontrar mais com suas amigas.
A partir daí, dê pequenos passos. Vá acordando cada dia 5 minutos mais cedo. Vá visitar
aquela escola de culinária que sempre quis. Compre um caderno bonito e escreva uma frase.
Depois um verso. Depois o poema. Dê uma volta no quarteirão. Caminhe por 20 minutos,
depois meia hora, quarenta minutos…
Não precisa querer mudar tudo de uma vez. Tenha seu tempo. Comece devagar. Mas comece
quando sentir que é hora.
Como ter ajuda?
Sabemos que passar pelo luto é muito desafiador, O Memorial Vale da Saudade pensando em como ajudar na coletividade conta com programas de apoio ao enlutado mensalmente, portanto, se você ou um ente querido está vivenciando essa dor pela perda de alguém que você muito ama saiba mais sobre nossos programas clicando aqui.
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Objetivando o acesso a todos que não podem escutar nosso podcast, extraímos o texto para melhor aproveitamento daqueles que preferem a leitura. Caso se interesse por escutar o podcast Vale Lutar, você encontrará nas plataformas Spotfy, Google Podcasts, Deezer e Amazon Music
Conheça o Memorial Vale da Saudade e tenha toda a tranquilidade que você precisa!
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