Memorial Vale da Saudade

Existe como reconstruir a vida após o suicídio de alguém que amo?

Apesar das dificuldades que um sobrevivente do suicídio pode enfrentar ao perder alguém amado, existem possibilidades de reconstrução da vida. Vem ouvir para entender mais sobre isso.

O link para inscrição no Grupo de Apoio ao Enlutado pelo suicídio é https://memorialvaledasaudade.com.br/enlutados-pelo-suicidio/

Um projeto do Memorial Vale da Saudade, apresentado por Priscila Gauna

Texto do episódio

O suicídio de um ente querido é um evento devastador que pode abalar profundamente as emoções e a visão de mundo que uma pessoa tem. A dor, o choque e a confusão que acompanham essa perda são intensos, e o processo de retomar a vida após um acontecimento tão traumático pode parecer insuportável. Neste texto, vamos explorar o impacto emocional do luto pelo suicídio e como é possível, aos poucos, encontrar caminhos para essa retomada.

Quando uma pessoa que você ama decide tirar a própria vida, a onda de choque que sente pode ser esmagadora. O impacto emocional é profundo e multifacetado, podendo afetar diversas esferas da vida, frequentemente trazendo à tona sentimentos de culpa, raiva, tristeza e, por vezes, um senso de abandono e até de rejeição. Talvez você se pergunte repetidamente o que poderia ter feito para impedir essa tragédia, ou por que não percebeu os sinais. Essas perguntas, que muitas vezes permanecem sem resposta, podem criar um turbilhão emocional difícil de enfrentar.

O luto pelo suicídio é marcado por uma dor que, além de intensa, pode ser acompanhada por sentimentos de culpa, de raiva e isolamento. A sociedade nem sempre está preparada para lidar com essa forma de perda, o que pode fazer com que os enlutados se sintam ainda mais sozinhos em sua dor.

Mas, mesmo diante de um impacto emocional tão grande, é possível começar a reconstruir a vida. Sabemos que a vivência do luto não é fácil. E quando falamos do luto por suicídio, falamos de um luto que tem suas especificidades, onde diversas dúvidas podem surgir, o sobrevivente pode buscar se isolar por medo de se sentir julgado ou rejeitado pelas pessoas ao redor, e assim como falamos anteriormente, essa pessoa pode viver de forma intensa sentimentos como culpa, raiva, vergonha, sensação de ter sido abandonado por alguém tão amado.

O luto não acontece de forma linear e não tem um prazo definido. Cada pessoa lida com o luto de maneira única, e o tempo necessário para elaborar essa vivência pode variar imensamente.

Um dos primeiros passos para a reconstrução é reconhecer e aceitar as emoções que surgem. Isso inclui permitir-se sentir a dor, a raiva e a tristeza, sem julgamentos. A aceitação dessas emoções é um passo importante para o trabalho do luto. Também é essencial procurar apoio, seja de amigos, familiares ou profissionais. Compartilhar o que que você está sentindo pode ajudar a aliviar o peso que carrega e a encontrar novas perspectivas para lidar com a perda.

Quando falo de reconstruir a vida após o suicídio de um ente querido não estou falando sobre esquecer ou “superar” a perda, mas sim aprender a viver com a dor que ela pode trazer. Isso pode envolver a busca por novos significados e a criação de novas rotinas que nos ajudem a seguir em frente. Mais uma vez, isso dentro do seu próprio tempo, da forma como você consegue.

Para algumas pessoas, esse processo pode incluir, por exemplo a dedicação a causas de prevenção ao suicídio ou apoio a outras pessoas que passam pelo mesmo tipo de luto. Pode ser ajudar a alguma causa específica que pode ter ressonância com algo que aquela pessoa acreditava em vida.

Para outras pode ser descobrir novos interesses, aprender coisas novas, conhecer novas pessoas. Outras ainda podem se dedicar ao auto cuidado ou ao desenvolvimento ou reafirmação da espiritualidade. Encontrar um propósito pode ser uma forma poderosa de transformar a dor em algo que traz sentido à vida novamente.

Evite o isolamento. Precisamos de outras pessoas em nossa vida. Busque pessoas que te acolham, acione sua rede de apoio. Pode ser família, amigos, pessoas que também estejam vivendo o luto.

É importante lembrar que é natural que em algum momento você sinta que precise de ajuda. Essa ajuda pode vir, por exemplo, através da participação em um grupo de apoio. Ali você pode encontrar o espaço que precisa para falar sobre sua dor com pessoas que estão vivendo situações semelhantes a sua, e vão te ouvir sem julgamentos.

Inclusive, quero deixar aqui o convite a você que está vivendo o luto pelo suicídio de alguém amado e sente que precisa desse espaço para participar de nosso grupo de apoios a enlutados pelo suicídio. Ele acontece semanalmente, de forma online e gratuita e o link para inscrição é
https://memorialvaledasaudade.com.br/enlutados-pelo-suicidio .

Essa ajuda também pode acontecer através de um acompanhamento com um psicólogo ou psicóloga do luto. A terapia pode ser muito importante para te ajudar a lidar com os desafios emocionais que surgem após uma perda tão significativa.

Por fim, é essencial ser gentil consigo mesmo durante esse processo. A dor do luto pelo suicídio é profunda, mas com o tempo, com apoio, e principalmente, com trabalho diário que essa vivência pede, é possível reconstruir a vida. Lembre-se de que cada pequeno passo conta, por mais que você ainda nem perceba que está caminhando rumo a elaboração do seu luto.

Como ter ajuda?

Se você está percebendo que precisa de ajuda, se está muito difícil, mais uma vez te digo, busque ajuda, O Memorial Vale da Saudade pensando em como ajudar na coletividade conta com programas de apoio ao enlutado mensalmente, portanto, se você ou um ente querido está vivenciando essa dor pela perda de alguém que você muito ama saiba mais sobre nossos programas clicando aqui.

Objetivando o acesso a todos que não podem escutar nosso podcast, extraímos o texto para melhor aproveitamento daqueles que preferem a leitura. Caso se interesse por escutar o podcast Vale Lutar, você encontrará em diversas plataformas de áudio.

Conheça o Memorial Vale da Saudade e tenha toda a tranquilidade que você precisa!

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Você acredita que existe possibilidade de reconstrução da vida na vivência desse tipo de luto?

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