Memorial Vale da Saudade

Crianças se enlutam?

Crianças tem percepções diferentes acerca da morte a depender de sua faixa etária. Mas uma dúvida paira: Criança se enluta? Vem saber mais sobre o tema no episódio de hoje.

Um projeto do Memorial Vale da Saudade, apresentado por Priscila Gauna

Texto do episódio

Nas postagens deste mês, viemos conversando sobre as crianças, suas percepções sobre morte e também algumas reflexões práticas sobre como lidar com uma criança na situação da morte de alguém próximo a ela.

Hoje, vamos falar especificamente sobre luto. E pensando em luto na infância, a primeira coisa a ser dita é: sim, crianças também se enlutam. Mas o luto vivido pela criança é muito diferente do luto do adulto.

O luto para uma criança tem suas especificidades, ou seja, tem um jeito característico delas. A criança ainda não tem o repertório verbal de um adulto, nem entende suas emoções como um.

Logo, quando perde alguém ou algo muito significativo para ela, vai responder de forma diferente. E isso pode ser visto em casa, com os amiguinhos, na escola.

Ela pode ficar mais quietinha, se isolar um pouco mais e evitar conversar muito. O contrário também pode acontecer: a criança pode ficar muito irritadiça, “brigona”, “rebelde”. Pode ainda ter comportamentos considerados regressivos, ou seja, mais infantis, como a dificuldade em seguir regras ou choro mais frequente.

As brincadeiras podem ficar diferentes, assim como seu relacionamento com os amigos e família.

Na escola, a criança pode ter uma queda no desempenho, ter dificuldades de se concentrar, perder o interesse pelas atividades escolares. Neste sentido é importante que haja colaboração entre a família e a escola. Os professores precisam estar cientes do que está acontecendo para que família e escola trabalhem juntos para auxiliar essa criança nessa vivência.

De forma geral, o entendimento da perda e do luto se dará a partir da forma como a família lida e explica essa perda para a criança.

É importante dar espaço para essa criança se expressar da forma como conseguir, de forma que ela se sinta autorizada a sentir a saudade e a ausência que advém dessa perda. É preciso tornar natural a demonstração da dor por essa criança.

Nesse mesmo sentido, é necessário que o adulto enlutado possa demonstrar para a criança que também sofre com a perda. Assim, criança e adulto podem se autorizar a viverem o luto, dando espaço para a comunicação e legitimando a vivência de ambos como algo natural e esperado.

O luto pode impactar a vida da criança de diversas formas, mas se essa criança pode contar com o apoio da família para fazê-la se sentir segura e validada em seu luto, aos poucos ela vai retomando o ritmo da vida.

Caso a família perceba que a criança está encontrando muita dificuldade em se readaptar a essa nova vida sem aquela pessoa que ela ama, pode ser importante buscar o acompanhamento de um psicólogo para possibilitar que ela trabalhe seu luto da melhor forma.

Como ter ajuda?

Se você está percebendo que precisa de ajuda, se está muito difícil, mais uma vez te digo, busque ajuda, O Memorial Vale da Saudade pensando em como ajudar na coletividade conta com programas de apoio ao enlutado mensalmente, portanto, se você ou um ente querido está vivenciando essa dor pela perda de alguém que você muito ama saiba mais sobre nossos programas clicando aqui.

Objetivando o acesso a todos que não podem escutar nosso podcast, extraímos o texto para melhor aproveitamento daqueles que preferem a leitura. Caso se interesse por escutar o podcast Vale Lutar, você encontrará em diversas plataformas de áudio.

Conheça o Memorial Vale da Saudade e tenha toda a tranquilidade que você precisa!

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Você já acompanhou a vivência de um luto por uma criança (ou mesmo viveu um nessa etapa da vida)? Se sim, percebeu alguma mudança em seu comportamento? Quais?

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